terça-feira, 11 de setembro de 2012

OGUM

DIA: Terça-Feira

CORES:
Verde ou Azul-escuro

SÍMBOLOS: Bigorna, Faca, Pá, Enxada e outras ferramentas

ELEMENTOS: Terra (florestas e estradas) e Fogo

DOMÍNIOS: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia

SAUDAÇÃO: Ògún ieé!!

INTRODUÇÃO
ORIXÁ da guerra, das batalhas, dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.
É o Orixá Senhor das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, briga, batalha. É a divindade da metalurgia, do ferro, aço e outros metais fortes. Ogum é a força incontrolável e dominadora, do movimento, do choque. Patriarca dos exércitos, dono das armas. Ogum é o poder do sangue que corre nas veias. Orixá da manutenção da vida.
Como Exu, Ogum está presente no calor, na ira, no ódio, na cólera. Está  presente nas batalhas, brigas, empurrões, na vontade de exterminar. É um Orixá, uma força da Natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes.Em muitas lendas aparece como irmão de Oxósse e Exú. Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção.
Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà, seu dia é a terça-feira.
Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc.
É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Exú porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores
Considerando como um Orixá impiedoso e cruel, ele pode até passar essa imagem, mas sabe ser dócil e amável. No candomblé é o grande general, marechal e todas as lutas, o grande guardião, pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensível.
São sete qualidades de Ogum:

Ògún Meje – ou Mejeje, aquele que toma conta das sete entradas da cidade de Irê, ligado a Exú, o guardião das casas de Ketu.
Ògún Je Ajá ou Ogúnjá como ficou conhecido – Um de seus nomes em razão de sua preferência em receber cães (só na África) como oferenda, tem ligação com Oxaguiã e Ìyemonjá .
Ògún Àmènè ou Ominí – tem ligação com Oxun, cultuado em Ijexá, sua conta é verde clara.
Ògún Alágbèdé (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, o ferramenteiro, da ancestralidade, tem ligação com Yemanjá.
Ògún Akoró – É o Ogun que usa o mariwò como coroa, sua roupa é o mariwò, toma conta da casa de Oxalá, muito ligado a Oxóssi e não come mel.
Ògún Oniré – É o título de Ògún filho de Oniré, quando passou a reinar em Ire, o Senhor de Irê.
Ogun Wàrí: é o ferreiro dos metais dourados, ligado a Oxun, ligado ao ar, por isso o mais requintado dentre todos os Oguns.
Há vários nomes de Ògún fazendo alusão a cidades onde houve o seu culto, como Ògún Ondo da cidade de Ondo, Ekiti onde também há seu culto, etc. O orixá possui vários nomes na África como no Brasil e com isso ganha as suas particularidades e costumes. Teremos títulos em Damassá, Lonan, Oluponã, Igbô-Igbô, Erotò, etc
.O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUM

Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções.
São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas.Quando magoado dificilmente perdoa ...Porem são pessoas q q fala o q pensa pela frente e nunca por trás.  

Desde  criança os filho de Ogum já demostra o seu temperamento difícil e rebelde.
Fisicamente, são magros, mas com músculos e formas bem definidas. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram a dos seus camaradas.
Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois possuem dificuldade de se fixar a uma pessoa ou lugar.
São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir os seus objectivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem.
Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas nem sempre.
Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.
 
Lenda
Ogun é filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este ultimo nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro e poderoso, capaz de matar e aniquilar quem puser em risco a tranqüilidade de seu mano Oxossi. Há quem  diga, até, que Ogun zela mais pelos filhos de Oxossi que pelos seus próprios, tal é o sentimento que ele tem pelo irmão.
Ogum era um caçador, tranqüilo, calmo, pacato. Bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Era ele quem provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo. Oxossi, ao contrario, era mais descansado e contemplativo. Como irmão mais velho, então Ogun cuidava da caça, dos concertos, etc. Mas, dentro de seu coração, existia um enorme desejo em “ganha o mundo”, como seu irmão Exu.
Num belo dia, ao voltar de uma exaustiva caçada, Ogun viu sua casa e família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogun tomou-se de ira e, sozinho, cheio de ódio, arrasou com os agressores, não deixando um só de pé.
Daí por diante Ogun iniciou Oxossi na arte das caça; mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse:
- Sempre que estiveres em perigo pense no seu irmão. Onde eu estiver voltarei para defendê-lo.
Aproximou-se de Iemanjá e se despediu:
- Mãe, preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade.
Desta forma, Ogun partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo. Mesmo sem exercito, vencia todos os exércitos, conquistando tudo aquilo que queria. Ogun  se tornou a vitória, a força da conquista.
Esse Orixá, de temperamento explosivo e coração quente, é a força da Natureza talvez mas temida e respeita. Ogun é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. Ogun é a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.
Ogun também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.
O elemento de Ogun é a terra, e dependendo das qualidades , ou sejam sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.
Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza, Ogun está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção. Ogun está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba, Ogun a está mantendo e abençoado.

 Lenda
Ogum dá ao homem o segredo do ferro.
Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior.
Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossain, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossain, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogun, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogun pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogun de que material era feito tão resistente facão. Ogun respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogun pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixás importunaram Ogun para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogun aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogun pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogun lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua ança de ferro. Mas, apesar de Ogun ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogun se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogun banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam deOgun o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogun. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogun.  Ogun é o senhor do ferro para sempre.

  Lenda
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Ogum tinha uma vara mágica, feita de ferro (metal que lhe está associado), que tinha a propriedade de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres que tocasse. Em sua oficina de ferreiro, Ogum confeccionou uma vara igual e deu-a de presente a Oiá. 
Xangô gostava de sentar-se perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua vez, também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe transformada em nove.

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