quinta-feira, 19 de julho de 2012

LENDA DE SANGÒ E AIRÁ


" Sangò, quando viveu aqui na Terra, era um grande Obá (rei), muito temido e respeitado. Gostava de exibir sua bela figura, pois era um homem muito vaidoso. Conquistou, ao longo de sua vida, muitas esposas, que disputavam um lugar em seu coração.
Além disso, adorava mostrar seus poderes de feiticeiro, sempre experimentando sua força.
Em certa ocasião, Sangò estava no alto de uma montanha, testando seus poderes. Em altos brados, evocava os raios, desafiando essas forças poderosas. Sua voz era o próprio trovão, provocando um barulho ensurdecedor. Ninguém conseguia entender o que Sangòpretendia com essa atitude, ficando ali por muito tempo, impaciente por não obter resposta. De repente, o céu se iluminou e os raios começaram a aparecer. As pessoas ficaram impressionadas com a beleza daquele fenômeno, mas, ao mesmo tempo, estavam apavoradas, pois nunca tinham visto nada parecido.
Sangò, orgulhoso de seu extremo poder, ficou extasiado com o acontecimento. Não parava de proferir palavras de ordem, querendo que o espetáculo continuasse. Era realmente algo impressionante!
Foi, então, que, do alto de sua vaidade, viu a situação fugir ao seu controle. Tentou voltar atrás, implorando aos céus que os raios, que cortavam a Terra como poderosas lanças, desaparecessem. Mas era impossível - a natureza havia sido desafiada, desencadeando forças incontroláveis!
Sangò correu para sua aldeia, assustado com a destruição que provocara.
Quando chegou perto do palácio, viu o erro que cometera. A destruição era total e, para piorar a situação, todos os seus descendentes haviam morrido. Ao ver que o rei estava muito perturbado, seu próprio povo tentou consolá-lo com a promessa de reconstruir a cidade, fazendo tudo voltar ao que era antes. Sangò sem dar ouvido a ninguém, foi embora da cidade.
Ele não suportou tanta dor e injustiça, retirando-se para um lugar afastado, para acabar com sua vida. O rei enforcou-se numa gameleira.
Oyá, quando soube da morte de seu marido, chorou copiosamente, formando o rio Niger. Ela, que tinha conhecimento do reino dos eguns, foi até lá para trazer seu companheiro da morte, que veio envolto em panos brancos e com o rosto coberto por uma máscara de madeira, pois não podia ser reconhecido por Ikú, o Senhor da Morte. Sangòressurge dos mortos, tornando-se um ser encantado. E foi assim que surgiu uma nova forma, ou qualidade, desse orixá, a qual chamamos Airá. Essa variação da essência de Sangò adotou, além do vermelho, a cor branca.

Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô e seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá. Por essa rivalidade com Xangô, não se deve coloca-los juntos jamais na mesma casa nem podendo Airá ser posto em cima do pilão de duas bocas, pois provoca a ira de Xangô. Sua cor é o branco e seus ornamentos são prateados.

 Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas é relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho. Redemoinho é o fenômeno que mais se assemelha a um furacão em território Africano. Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos.
Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje.
Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, assim como Xangô e Aganjú.
No Brasil, Airá é visto, erroneamente, como uma qualidade de Xangô. Airá é visto como uma face mais amena e pacífica de Xangô. Hoje, com a falta de conhecimento, muitos zeladores preferem iniciar uma pessoas de Airá do que de Xangô, na realidade está cada vez mais difícil encontrarmos filhos de Xangô, em sua grande maioria, os filhos de Xangô estão sendo iniciados em outros Orixás.
 Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o carácter, punitivo e colérico. Este caráter mais ameno, pode ser evidenciado em uma de suas cantigas que diz:
 "A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor".
Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz, Airá a estabelece e possui uma ação  muito mais direta em sua imposição, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalá, ou melhor, de Oxalufã e seria ele, Airá, quem estabelece sua vontade.
Apesar de Ayra ser considerado por muitos como uma qualidade ou caminho de Sango, não é. Ayra era, como contam alguns itans, um dos súditos de Sango, talvez um de seus escravos, que a pedido do rei, acompanhou Obatala até sua casa após uma visita às terras de Sango. Obatala, apreciando muito a companhia de Ayra, requisitou que ficasse para sempre com ele. Ayra passa a viver com Obatala se adaptando aos gostos do Pai. Diferentemente de Sango, Ayra não come azeite de dende e veste-se totalmente de branco. Três caminhos de Ayra são conhecidos, Igbona, Intile e Adja Osi, sendo o primeiro mais ligado a Sango e tem como símbolo as fogueiras.
Ayra é o verdadeiro Oba Koso, tendo ganhado este posto em certa ocasião, quando Sango o pede para buscar a coroa que estava guardada na casa dos mortos por Oya, que temia por seu amado em ocupar o trono de Koso. Para entrar na casa dos mortos, Ayra se utiliza do Agere, que consistia em uma vasilha contendo bolas de algodão embebidas com dendê em chamas que Ayra tirava uma a uma e as colocava na boca, com isso ele conseguia enxergar e localizar Ade Baiyani, que era o nome desta coroa, ela só podia ser carregada sobre a cabeça, e ela escolhia em que cabeça queria ficar, Ayra após levar Ade Baiyani até Sango, este não consegue suporta-la sobre sua cabeça, e a devolve a Ayra, neste momento o povo de Koso ovaciona Ayra como o novo rei. Cantando:

Oba Koso Ayra e
Ayra inan
Oba Koso Ayra e
Ayra inan

Títulos de SANGÒ  AIRÁ
IIntilè - veste Títulos de SANGÒ  AIRÁbranco e é ligado a Yemanja Sobà e Osun Karé. Foi ele quem carregou Oxàlúfan nos ombros e tentou coloca-lo contra Xàngó , dizendo que ele teria passado os sete anos na prisão por culpa de seu filho a, Xàngó. Por isto existe uma kizila entre Ayrà e Xàngó , não podendo Ayrà ser posto em cima do pilão , pois provoca a ira de Oxàlúfan. Come com Exù.  É o filho rebelde de Obatalá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores Obatalá. 
Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduwa e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição gritava e esbravejava quando encontrou Obatalá. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Airá Intilé havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares.
Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Neste caminho apresenta características que dá a seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.


Igbóna - É um título de Airá que significa  floresta de fogo, faz referência ao ato da fogueira  em que Airà a acendia em reverência  a Xangô. É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Neste caminho apresenta características onde seus filhos têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.



Adjàosì - É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Seus filhos  são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais.



Módè, Mófè ou Álàmódè - É um título de Ayrá.  É considerado o pai das águas quentes, pouco difundido nos terreiros, este Aiyra vem acompanhado de Osun Iyponda. Conta o mito que Modé vestiu-se de Osun para ser confundido durante uma busca para prende-lo, sendo assim, geralmente ele é cultuado sendo "Iyagba", seus animais são fêmeas e seus filhos geralmente mais delicados, ardilosos que choram com facilidade para chegarem ao seu alcance.

 Lojó - Título que faz referência à chuva.

 Óbómìn, Bómìn ou Ygbómìn -  mais um título de Airá. É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas águas junto com Oxun foi ele que Oxalá transformou em seu primeiro ministro. Não faz nada sem perguntar a Oxalá.


Orégedé – Muito guerreiro ele também lutou contra Ogun.

Etinjà - Depende de Ogun para caminhar, é guerreiro e cruel.

Normalmente confundido com Xangô, no Brasil, na verdade é deve ser considerado como uma divindade individual. Pouco se sabe sobre seu culto ou seus ritos, desta forma, passou a ser enxergado como uma qualidade de Xangô. Airá não é de origem Iorubá e seu culto está restrito à região de savé em território Jeje, talvez por esta razão seu culto não tenha expressividade já que nesta região os cultos predominantes são os de Oxumarê, Obaluaiê e de Nanã. É incrível o quanto no Brasil as pessoas transmitem abominações. Alguns sacerdotes sem conhecimento chegam a afirmar que Airá seria irmão de Xangô, quando na verdade não existe nada que fundamente esta afirmação. Não se sabe ao certo sua ascendência por isso Airá é considerado como filho de Iemanjá e Oraniã, assim como Xangô e Aganjú. Em um contesto geral, Airá é considerado como um Orixá Funfun, ou seja, um Orixá que veste branco. É considerado uma divindade de caráter mais passivo, seus fundamentos são relacionados aos elementos água e ar, mas no Brasil, devido a associação com Xangô lhe atribuíram ligação ao elemento fogo. Airá possui uma ligação muito maior com Oxalá do que com Xangô e na verdade tudo o que for oferecido a ele não pode conter o sal, o dendê e jamais deve ter seus assentamentos colocados sobre o pilão. Isso acarreta a cólera dos Orixás. Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, e sim com banha de ori africana. Come ebô, ejá e quiabo.
Segundo um mito, criado no Brasil, Oxalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no reino de seu filho, Xangô, sem que este soubesse do fato. Grandes calamidades ocorreram em todo o reino devido a essa injustiça e quando Xangô finalmente descobriu o que havia acontecido com o próprio pai, resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em todo o reino, em sua homenagem.
No entanto, Oxalá estava muito alquebrado e entristecido. Apesar de toda a atenção que recebeu, a única coisa que desejava era retornar ao seu próprio reino, em Ifé, onde sua esposa Iemanjá o aguardava. Xangô não podia acompanhá-lo e pediu que Airá o fizesse em seu lugar.
Foi assim que Airá tornou-se servo de Oxalá, pois a viagem foi muito longa já que Oxalá andava muito devagar (conta-se também que Airá carregava Oxalá nas costas) pelo fato de ainda estar se recuperando dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de prisão.re na África é o Ajerê de Xangô, cerimônia em que o iniciado de Xangô em Oyó carrega um jarro com inúneros orifícios e carregado com fogo sobre sua cabeça. Este ato é representado pelo próprio machado de Xangô.
Durante o dia, eles caminhavam. À noite, Oxalá sentia frio e precisava descansar, assim, Airá passava longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.Observação: No Brasil, devido aos festejos de São João, criou-se uma tradição de se acender uma fogueira em homenagem a Xangô e a Airá. Na realidade esse ato não existe na África isso foi absorvido dos festejos de São João. A cerimônia que ocorre na África é o Ajerê de Xangô, cerimônia em que o iniciado de Xangô em Oyó carrega um jarro com inúneros orifícios e carregado com fogo sobre sua cabeça. Este ato é representado pelo próprio machado de Xangô. Ajerê                  

OBA AGANJU



OBA AGANJU
Oba Aganju o sexto Alâfin ou Rei de Ọyọ. Como Şàngó não deixou descendentes diretos, já que seus filhos foram todos mortos graças a experiência fatídica que ele próprio promoveu. Aganju o filho de Ajaka subiu ao trono sem qualquer tipo de disputa.O reinado dele se mostrou longo e muito próspero. Ele tinha uma habilidade toda especial para domesticar animais selvagens e répteis venenosos, alguns dos quais podiam ser vistos rastejando sobre seu corpo. Ele também possuía em sua casa um leopardo dócil.Possuía um bom gosto apurado. Embelezou seu palácio acrescentando praças na parte da frente e de trás, com filas de postes de bronze. E ele que deu inicio ao costume de decorar o palácio com tapeçarias.Perto do fim de seu reinado travou guerra com um homônimo seu, Aganju o Onisambo, por recusar-lhe a mão de sua filha Iyayun. Nesta guerra, quatro chefes foram capturados e suas cidades destruídas, a saber: Onisambo e seus aliados Onitede, Onimeri e Alagbòna. E assim garantiu a noiva à força.Mas seu reinado foi ofuscado por um grande problema familiar que se transformou em tragédia. Lubẹgò seu único filho foi descoberto tendo relações ilícitas com a sua amada Iyayun, por conta disso muitos príncipes e pessoas comuns perderam suas vidas. Aganju totalmente enfurecido sentenciou sobre seu único filho penalidade extrema da lei, que foi rigorosamente realizada. Com a morte de seu filho o rei foi tomado de grande tristeza, ele morreu não muito tempo depois, mesmo antes do nascimento de um sucessor para o trono.Mas Iyayun carregava em seu ventre o filho de Lubegò, a única esperança de um sucessor direto. Em conseqüência disso frequentemente eram oferecidos sacrifícios no túmulo de Aganju com a intenção que ele deixasse Iyayun conceber este filho que seria a única forma de seu nome jamais ser esquecido, e de sua dinastia não terminar. E Aganju então, permitiu que Iyayun desse à luz a este filho, toda a população ficou feliz. Esta criança foi chamada de Kori, e até ele ter idade suficiente para subir ao trono, Iyayun foi declarada regente. Ela usou a coroa, vestiu os roupões reais além de ser investida com o Ejigba e o Opa ileke e outras insígnias reais, e governou o reino como um homem até que seu filho completasse a idade para ser o novo rei.No Brasil é cultuado como sendo uma qualidade de Şàngó, mas na verdade é seu sobrinho.E assim mais um Rei se transforma em Oríşa; inspirando as multiformes de Deuses da Justiça.Aganju é o Orixá da terra inculta, Senhor do Vulcão, o Senhor das Cavernas, O Barqueiro Divino.
Aganju é um doador de força e de saúde. Aganju é o transportador da carga (os ombros e as costas pertencem a Aganju) é o defensor dos menos favorecidos, oprimidos e escravizados. Há quem diga que Aganju não é um Orisa, mas sim uma força de vida que supera os obstáculos e faz o impossível. Aganju fornece acesso ao reino do desconhecido, as profundezas do qual o mundo foi e é criado, (Okun, “A obscuridade”, o reino de Olokun). Aganju é o governnte que proporciona acesso a todas as áreas inexploradas, inacessiveis. Aganju é o governante que proporciona acesso a climas hostis e potencialmente hostil à existência humana deserto, floresta, Ártico, Antártico, a altura das montanhas, grutas, cavernas, abismos,minas, etc. Aganju pode ser traduzido como: Agan = estéril, ju = deserto, ou mais precisamente como: local desconhecido, inexplorado, desabitado. Todos os lugares onde só os mais cordiais e / ou sobrevivem pessoas melhor preparadas. Aganju se encontra nas profundezas do oceano, nas profundezas do espaço, na energia que não foi explorada, na compreensão da mente e da emoção. Aganju é o guardião o canal através do qual profundidades inexplicáveis das emoções humanas são vividas e expressas, (boca e garganta são Aganju). Obscuro, intestino com distúrbio doloroso, absurdo e irracional, medos paralisantes são do ambito de Aganju, é através de Aganju que aprendemos a super nossos medos. Quentes emoções perigosas, mortal, incontrolados e incontroláveis é Aganju; e por meio de Aganju que aprendemos a canalizar e redirecioná-las. Aganju tem uma estreita relação com Oxun. Eles estão ligados de diversos modos: pela emoção Aganju é a profundidade da emoção em estado bruto, encarnação grosseiro rude. Enquanto Oxun é a profundidade da emoção em sua comovente, doce / amargo doce encarnação. Aganju explora, supera e vence o rio acima, Osun promove o comércio e as relações sociais, pelos mesmos meios. Aganju supera barreiras e obstáculos para ver o que está do outro lado. Osun planta a cultura e traz à luz da civilização. Aganju é o proprietário do rio. E o deu para Osun. Houve um tempo em que Osun não tinha lugar para viver. Nenhum outro ORISA lhe ajudaria. Aganju viu que Osun necessitava de ajuda. Então ele deu o rio a ela como lar. Aganju é a abertura a novas possibilidades inexploradas, inesperado. Aganju é a abertura do todas as riquezas do mundo. As riquezas minerais de minas terrestres e a mineração de todos os tipos pertencem a Aganju (mas é através da tecnologia de Ogun que a humanidade pode acessá-la e buscá-la). Aganju é o desafio, a luta de impedir, e desejo que leva para superá-los. Aganju é primordial  - o homem do fogo de todos os tipos, o Sol e outras estrelas e cometas. Um dos nomes do louvor a Aganju é Irawo, que pode ser traduzido como uma estrela. O fogo nas entranhas da terra, geotérmica, gêiseres, fontes termais, etc. Vulcões (Oke onine, Montanhas de Fogo) é um símbolo importante de Aganju.Vulcões, conforme definido pelo World Book Encyclopedia são aberturas "terra superfície através da qual os gases de lava quente e fragmentos de rocha explodem.¹....Os mitos o descrevem coNA CRIAÇÃO DA TERRA, é filho de Sogba, foi rei de Ijesa, foi esse orixá que se casou com Òsún. No Brasil, Aganju, ou Xangô    Aganju é considerado uma “qualidade” de Xangô enquanto dono das leis e das escritas e padroeiro dos intelectuais, em contraste com Xangô Agodô (o Xangô mais velho, ou o Xangô propriamente dito), que é principalmente o Orixá da justiça e do equilíbrio. Aganju come bode castrado, diferentemente de Xango que come carneiro.
 Aganju tem forte fundamento com Ogum. Sua veste é toda azul com vermelho. Carrega na mão um machado e na outra uma espada. Come amalá com gotas de dendê e azeite doce, ajabo normal. Primeiro se dá comida a Xangô e depois a Ogum.Mais uma versão para Aganju:Tem perna de pau e é casado com YEMONJA. É o filho mais novo de ORANNIAN e o preferido, herdou sua fortuna. É o mais cruel é aquêle que leva o coração do inimigo na pontada lança. É o SÀNGÓ amaldiçoado que matou e comeu a própria mãe.Na verdade foi o 6º Alafin de Oyo que viveu em 1.240 A.C., aproximadamente. Era sobrinho neto de SHANGO.
mo “O Gigante entre os Òrìsà... seria filho de Oro Iná divindade que em algumas regiões esta considerado como uma divindade masculina e em outras femininas, cujo o qual habita as câmera de magmas, situadas no interior da crosta terrestre... Os antigos o descrevem como “O Temível entre todos”... Divindade de caráter forte, tempestuoso, colérico e belicoso... As forças da natureza que lhe pertencem são representações de sua tremenda energia, como a potência dos rios que dividem territórios, a lava vulcânica que percorre a crosta terrestre, os terremotos e o impulso que faz a Terra girar em torno de seu eixo... Recebe o título de Òkèrè ao tornar-se esposo de Yemoja... Aganjú representando os raios solares, Olókun as águas salgadas e Olósa as águas doces, celebram um pacto entre eles, em manter o equilíbrio da atmosfera do planeta, afim de que seja possível o ciclo vital de todos os seres... Aganjú foi o quarto Aláàfin Óyó, embora existam mitos que o descrevem que ele reinou em Sakí, cidade vizinha de Ìséyìn a noroeste de Òyó... O reinado de Aganjú foi longo e próspero... Ele tinha o dom de domar animais selvagens e as serpentes venenosas... Dentro de seu palácio mantinha um Ekún – Leopardo, seu animal de estimação, sobretudo o simbolo da coragem, que costumara encostar seus pés como se fosse uma esteira, daí recebendo o epíteto de Ekùn Olóju Iná – Leopardo dos olhos de fogo e Ekún f'eninjú tànná – Leopardo de olhos fulgurantes... Foi o primeiro a agregar o patio na parte da frente de detrás do palácio para a celebração de ritos... Embelezou todo o palácio, ornamentou postes esculpidos em bronze, assim originando o costume de colocar colgantes (pingentes) como adornos de acordo com a ocasião festiva, contudo sendo um soberano de gostos muitos refinados...(¹parte do texto escrito por Baba Guido)Foi o terceiro orixá designado para vir para a Terra, Aganju é uma divindade primordial.Aganju é a força que, como o Sol, que é um de seus símbolos, é essencial para o crescimento, assim como um cultivador das civilizações. Como o vulcão com que é associado, ele forma a base sobre a qual as sociedades são construídas. Nos mitos,Aganju é às vezes tratado como uma divindade primordial, associado à terra (em oposição à água) e às montanhas e vulcões. Do consórcio de Obatalá, o céu, com sua esposa, a terra, nasceram dois filhos: Aganju, a terra firme, e Iemanjá, as águas. Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu. AGANJUNÃO É UM SANGÒ, MAS FOI INCLUSO AOS CULTOS NO CANDOMBLÉ COMO UM XANGÔ, ELE É O DEUS DOS VULCÕES E MONTANHAS E É UM ORIXÁ PRESENTE

terça-feira, 17 de julho de 2012

EXÚ ou BARÁ...Mensageiro dos Orixás!!!


INTRODUÇÃO
Exú ou Bará pode ser o mais benevolente dos Orixás se é tratado com consideração e generosidade.
   Exu ou Bara-Exu é o senhor dos caminhos, caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou distanciarem-se. É quem faz com que os rituais sejam cumpridos. Principal responsável pela ligação do mundo espiritual ao mundo material, (Orun-Aiyé). Entre dois caminhos lá está ele guardando, indicando. Não se faz nada pelo candomblé ou nação antes de agradar Exu, pois é o único orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais orixás. Tanto na passagem, como na comunicação, por isso é considerado o mensageiro. Exu é um orixá tão importante quanto todos os outros orixás. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos.
               Exu por ser um orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, orixás, espíritos, etc. e sendo o elo de ligação entre  esses mundos, exu possui múltiplo contraditório, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento, etc., ou seja, é o orixá mais humanizado do panteão, pois em seus arquétipos incluem-se as impurezas causadas ou existentes nos homens. Devido a esses aspectos foi sincretizado pelos primeiros missionários Cristao como  Diabo. Todo orixá possui o seu  Bara, que é representado por um quartinhão onde são colocados 21 cauris (búzios), que é chamado de Kolobô.
Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado  como se deve, saberá retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.
Exu é a figura mais importante da cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.
Exu é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que Exu seja de facto um guardião e proteja o seu negócio.
É importante ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.
Exu foi a primeira forma dotada de existência individual. Não se sabe ao certo a sua região de origem em África, pois em todos os reinos se presta culto a Exu. Sabe-se, no  entanto, que chegou a ser rei de Kêtu. Exu renasceu várias vezes e a sua história revela que  é  filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce; ja em outra conta q Exu foi o primeiro filho de Iemanjá e Oxalá.           O ARQUÉTIPO DE EXÚ
Os filhos de Exú possuem um caráter imprevisivel , ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros, ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadaspassear.
Quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade. Não aceitam derrotas, são melindrosos, de temperamento difícil. Se você tiver desentendimento com algum filho de exu, aguarde que haverá retorno. Seus filhos  precisa esta sempre em atividade para poderem liberar toda energia que possuem.. Possuem  muita tendência à espiritualidade; são fiéis fervorosos que esbanjam fé..  Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irónicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São pessoas extremamente rápidas, que não pensam no que fazem
Os filhos de Exu tambem possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as consequências. . As pessoas de Exú não têm paradeiro, gostam de viagens. Gostam da rua, das festas, das conversas intermináveis,de jogos e bebidas comportamento próprio de um orixá que é só alegria.
Lenda 
Conta a lenda que houve uma demanda entre Exú e Oxalá para que pudesse saber  quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Exú a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo.
Oxalá então permitiria que Exú a partir de então recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. A Importância de Exú éfundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas e obrigações em primeiro lugar, nenhuma obrigação deve ser feita sem primeiro saudar a Exú.
É o dono de todas as encruzilhadas e caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, etc. Exú também nos confirma tudo no jogo de IFÁ (Búzios).

Lenda
Conta-se que Aluman estava desesperado com uma grande seca. Seus campos estavam secos e a chuva não caia. As rãs choravam de tanta sede e os rios estavam cobertos de folhas mortas, caídas das árvores. Nenhum Orixá invocado escutou suas queixas e gemidos.
Aluman decidiu, então, oferecer a Exú grandes pedaços de carne de bode. Exú comeu com apetite desta excelente oferenda. Só que Aluman havia temperado a carne com um molho muito apimentado. Exú teve sede. Uma sede tão grande que toda a água de todas as jarras que ele tinha, e que tinham, em suas casas, os vizinhos, não foi suficiente para matar sua sede!
Exú foi á torneira da chuva e abriu-a sem pena. A chuva caiu. Ela caiu de dia, ela caiu de noite. Ela caiu no dia seguinte e no dia depois, sem parar. Os campos de Aluman tornaram-se verdes. Todos os vizinhos de Aluman cantaram sua glória:
Dono dos dendezeiros, cujos cachos são abundantes;
Dono dos campos de milho, cujas espigas são pesadas!
Dono dos campos de feijão, inhame e mandioca!
E as rãzinhas gargarejavam e coaxavam, e o rio corria velozmente para não transbordar! Aluman, reconhecido, ofereceu a Exú carne de bode com o tempero no ponto certo da pimenta. Havia chovido bastante. Mais, seria desastroso! Pois, em todas as coisas, o demais é inimigo do bem
 Lenda lugar no panteão divino. Se assim não fosse, nada devolveria e comeria o restante do mundo. Foi feita então uma reunião para se resolver o grande problema. Olorun não poderia julgar sozinho, todos que ali estavam tinham muito a perder. Depois de muita discussão chegaram a um consenso. Exu seria o mensageiro de todos eles, o contato terreno entre os homens e os deuses. Ele gostou, mas ainda perguntou: - E vou morrer de fome? - Nova discussão. Decidiram então que todos os orixás que recebessem oferendas entregariam uma parte a ele. Exu saiu satisfeito, agora sim tinha a importância que merecia, desceu cantarolando e devolvendo pelo caminho tudo que tinha comido. E a paz voltou a terra, mas ficou o recado: Com Exu ninguém pode!