quinta-feira, 26 de abril de 2012

Xangô e Iansã


  Xangô era casado com Iansã e viviam no reino de Oió. Um dia Xangô ouviu falar a respeito de um mago que vivia em outro reino, que tinha uma poção capaz de fazer com que aquele que a tomasse, pudesse cuspir fogo e ter o domínio sobre os raios e as tempestades. Xangô incumbe Iansã de ir até o reino deste mago para pegar a poção. Quando chegou lá, Iansã é avisada pelo mago para não beber o composto do pote em nenhuma hipótese. Entretanto no caminho, Iansã sente uma sede muito grande e não resistindo toma parte da poção. Chegando ao Reino de Oió, ao encontra Xangô e ser questionada sobre a viagem Iansã abriu a boca para responder e sem esperar, em vez de sua fala saiu labaredas de fogo. A partir deste dia Xangô teria de dividir com Iansã, o poder de fazer fogo e dominar os raios e trovões.                                                                                               

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Tombenci e a sua origem


MARIA GENOVEVA DO BONFIM (MARIA NENEM) [ Mem’etu Tuenda Dia Nzambi ] – Nasceu em 1865 (RS) e faleceu em 1945 (BA), foi iniciada no TERREIRO TUMBA NSI(matriz de importantes casas de angola da Bahia) por ROBERTO BARROS REIS (Tata Kinunga), passou a comandar esta casa à partir de 1909 ( após o falecimento do seu Tata Kimbanda Kinunga ). Acolheu FRANCELINA EVANGELISTA DOS SANTOS ( Mam’etu Dialumbidi – Dona Miúda) para ser iniciada em sua Nzo que após receber o cargo fundou o TERREIRO VIVA DEUS (Salvador-BA). Também recolheu LEOCÁCIA MARIA DOS SANTOS (Mam’etu Ujittú) que fundou o TERREIRO VIVA DEUS FILHO. O  TUMBA NSI deu origem a inúmeras casas dentre elas a NZO MATAMBA  TUMBA NSI  NETO (Ilhéus-BA).
Nzo Matamba Tombenci Neto é um terreiro deCandomblé originário da casa de angola mais antiga da Bahia, a de Maria Genoveva do Bonfim (mais conhecida como Maria Nenem), localizada em IlhéusBahia.
Maria Nenem era filha-de-santo de Roberto Barros Reisafricano que teria recebido esse sobrenome por ter sido escravo de certo Barros Reis. Nascida em 1865 e falecida em 1945, Maria Nenem, em data incerta, abriu, em Salvador, o Terreiro  TUMBA NSI i.
Paralelamente, em 1885, Tiodolina Félix Rodrigues (Iyá Tidu) abria, em Ilhéus, o terreiro Aldeia de Hongolô, permanecendo até sua morte, em 1914, sob seu comando. Mais ou menos nessa época, Euzébio Félix Rodrigues (Tata Gombé), filho carnal de Iyá Tidu, conheceu, em Salvador, um africano chamado Hipólito Reis (Dilazenze Malungo), que viria a tornar-se seu pai-de-santo. Ambos visitavam Ilhéus com freqüência e, em 1915, Gombé assumiu o terreiro da mãe, que passou a se chamar Terreiro de HOXI Mukumbi, já que este (que na nação ketu tem como equivalente o orixá Ogum) era seu Nkisi — assim como Hongolô era o de Iyá Tidu.
Euzébio permaneceu à frente do terreiro até sua morte, em 1941, quando sua irmã, Izabel Rodrigues Pereira (Mameto Bandanelunga), assumiria a direção. Dona Izabel, ao lado de suas filha Ilza, com seis ou sete anos de idade, também passou pelos rituais de iniciação preliminares com Dilazenze Malungo, que, depois disso, voltou para a África, não podendo, portanto, concluir suas obrigações — o que teria levado Dona Izabel/(Dona Roxa) a decidir que, antes de assumir definitivamente o terreiro, deveria fazê-lo. Para isso, chamou Marcelina Plácida, conhecida como Dona Maçu, filha-de-santo da fundadora do Terreiro  TUMBA NSI em Salvador, a famosa Maria Nenem. Realizadas todas as obrigações, o terreiro retomou suas atividades em 1946, já no bairro da Conquista, em Ilhéus, com o nome de Terreiro Senhora Sant’Ana Tumba Nsi Neto.
Dona Roxa faleceu em 25 de outubro de 1973 e foi sucedida por Ilza Rodrigues, uma de suas quatro filhas carnais (ela teve também três filhos homens), também iniciada por Dona Maçu. A sucessão de Dona Roxa, em 1973, apresentou surpresas. Quase todos esperavam que a sucessora fosse uma das irmãs de Dona Ilza Rodrigues (Mameto Mucalê), mas, após o enterro e os ritos funerários, Dona Maçu revelou que Dona Roxa deixara explícito que a sucessora deveria ser a própria Ilza, indicação que, como é estritamente necessário, foi confirmada pelo jogo de búzios. Mameto Mucalê assumiu e o terreiro deu origem a mais de cinqüenta casas (os “Tombenci Bisnetos”), espalhadas não apenas pela Bahia, mas também em São Paulo e no Rio de Janeiro. Organizado sobre uma base familiar, composta pela mãe-de-santo, seus quatorze filhos carnais (todos iniciados em diferentes graus) e suas respectivas famílias, o Tombenci caracteriza-se também por possuir uma intensa vida comunitária, com ligações privilegiadas com a área dos Carilos e com o bairro da Conquista em geral.
Em 1986, alguns jovens da família e do terreiro fundaram o Grupo de Preservação da Cultura Negra DilazenzeBloco-afro cujo objetivo principal, segundo seus estatutos, é “a preservação e divulgação da cultura afro-brasileira na região sul da Bahia”. Em 2004, foi fundada a Organização Não-Governamental “Organização Gongombira de Cultura e Cidadania”. Em2005, organizou-se a “Associação Beneficente e Cultural Matamba Tombenci Neto”. E, em2006, foram inaugurados o “Memorial Unzó Tombenci Neto”, que reúne objetos importantes da história do terreiro, e a “Galeria Ingué Kaitumba”, que reúne fotos do acervo histórico do terreiro.Terreiro Bate FolhaMansu Banduquenqué, Sociedade Beneficente Santa Bárbara do Bate Folha, localizado na Travessa de São Jorge, 65 - Mata Escura do Retiro, SalvadorBahia, foi fundado em 1916 pelo Tata Manoel Bernardino da Paixão e, atualmente, é presidido por Tata Mulandure, Edualino Cipriano de Souza. O terreiro possui a maior área urbana remanescente da Mata Atlântica, aproximadamente 15,5 hectares. Foi tombado pelo IPHAN em 10 de outubro de 2003.

                                                   

Árvore Genealógica

TERREIROS MAIS ANTIGOS DA NAÇÃO ANGOLA DA BAHIA                                                                                                            Das casas da nação angola mais antigas ainda em funcionamento, citaremos algumas, e é possível que hajam
outras, mas que não temos conhecimento.A   mais   antiga   casa   que   conhecemos   é   a   de Constâncio   Silva   de   Souza,   sendo   conhecido   como  Constâncio Makuendi, um Angolano de nascimento. Embora  não saibamos a data exata da sua fundação, há porém um registro  da data  de nascimento  de  seu  filho Gregório,que é de 1874. Constâncio passou para seu filho Gregório Makuendi o cargo, tendo o mesmo recebido nessa ocasião o título de Táta Kimbanda e vindo a falecer em 25 de abril de   1934.   A   sucessão   desta   casa   obedece   a   vínculo familiar,   dona   Romana   de   França   Souza,   filha consanguínea   de   Gregório   ficou   com   o   cargo.   Com   o falecimento desta, assumiu o cargo sua filha D. Heloísa França de Souza – Digjna Balangê e seu Nkisi Kingongo França de Souza – Digjna Balangê e seu Nkisi Kingongo foi   de   quem   recebemos   essas   informações   em   visitasfeitas   ao   terreiro   em   06   de   março   de   1997.   Fomos informados por esta senhora, que Mariquinha Lembá, seria irmã de Constâncio e que Maria Nenê seria filha de santo de Gregório.Dona   Luísa   França   de   Souza,   faleceu   a   13   de setembro de 1998, assumindo o cargo sua sobrinha Luíza Tavares de Souza Dijina Oiamin. Esse terreiro foi fundado no bairro do Cabula, Esse terreiro foi fundado no bairro do Cabula, num   local   chamado   na   época   de   Girão,   depois   mudou­se para Jardim Armação e finalmente para Ladeira do Caxundé onde se encontra até hoje.O Terreiro Tumbajussara foi fundado em 1919, emAcupe, à rua Campo Grande em Santo Amaro da Purificação
–   Bahia.   Com   dois   irmãos   de   esteira,   cujo   nomes   eram Manoel   Rodrigues   do   Nascimento,   Kambembe   sua   Digina   e Manoel   Ciriaco   de   Jesus   Manoel   Ciriaco   de   Jesus,Ludiamungongo sua Digina. Ambos iniciados em 13 de junho  de   1910   por   Maria   Nêne   –   Maria   Genoveva   do   Bonfim,   a Dijina Mameto Tuenda Uzambi. Mameto   Tuenda   Uzambi   –   Marfia   Nenen   fundadora Mameto   Tuenda   Uzambi   –   Marfia   Nenen   fundadora do   Tombenci   a   casa   de   Angola   mais   antiga   da   Bahia, depois da casa dos Makwende. Roberto   Barros   Reis   o   Táta   Kimbanda   Kinunga ,diz ­se ter sido o iniciador de Maria Neném. Este era um negro   escravo   e   como   era   costume   na   época   tinha   o  sobrenome   dos   seus   donos,   por   isso   o   sobrenome   Barros sobrenome   dos   seus   donos,   por   isso   o   sobrenome   Barros sobrenome   dos   seus   donos,   por   isso   o   sobrenome   BarrosReis duma família tradicional até hoje na Bahia.Kambambi   e   Ludiamungongo,   tiveram   Sinha   Báda  como   mãe   pequena   e   Pai   Joaquim,   como   pai   pequeno.Transferido   para   Pitanga   no   mesmo   município   e   depois  para   o   Beru   em   Salvador,   após   algum   tempo   foi transferido para ladeira da Vila América nº 02, segunda  travessa n° 30 na Vasco da Gama, que hoje chama­se Vila Colombina,   nº   30,   Vasco   da   Gama,   Salvador,   Bahia.   Na época da fundação receberam de Sinhá Maria Nenê o cargo de Táta Kimbanda Kambambi e Táta Kimbanda Ludiamungongo. No   Rio   de   Janeiro,   Ciriaco   fundou   com   o   sr.Deoclécio Dijina Angorense, uma casa de culto em Vilar dos   Teles.   Não   temos   informação   da   data   da   fundação desta casa. Com a morte de Manoel Rodrigues do Nascimento,o   Kambambi,   que   assumira   sozinho   a   direção   do Tumbajussara,   Manoel   Ciriaco   de   Jesus   o   Ludiamungongo assumiu a direção até sua morte o que ocorreu em 04 de dezembro de 1965*. Com   a   morte   de   Ciriaco,   assumiu   a   direção   doTumbajussara   a   senhora   Maria   José   de   Jesus   Digina Derelumbidi que foi responsável pelo ritual denominado de   Intambi   do   senhor   Ciriaco   juntamente   com   o   senhorNarciso Oliveira, Táta Senzala e senhor Milton Marofá. Deré   lumdidi,era   mameto   de   Nkisi   do Deré   lumdidi,era   mameto   de   Nkisi   doTumbajussara   hoje   situado   a   Rua   Alto   do   Genipapeiro Tumbajussara   hoje   situado   a   Rua   Alto   do   Genipapeiro  Plataforma  ­Salvador   e   de   responsabilidade   do   senhor Antônio Messias Kaja Ungongo.
Em   13   de   fevereiro   de   1965   após   o   ritual   deIntambi a senhora Maria José de Jesus – Deré Lumbidi, passa a direção do Tumbajussara para o senhor Benedito Duarte   Tatá   Inzamtango   e   Gregório   da   Cruz   –   Táta  Lemborasimbe   e   em   ato   secreto   é   empossada   Mameto   de Inquise do  Intumbessara.A senhora Maria José de Jesus – Deré Lumbidi ­nasceu no dia 18 de setembro de 1900 e foi iniciada na  nasceu no dia 18 de setembro de 1900 e foi iniciada na nação angola em 23 de junho de 1920 por Táta Kimbanda Kaco   de   Jesus   como   paiambambi   e   o   senhor   Manoel   Ciri pequeno. Em 25 de dezembro de 1920 recebeu a denominação de   Derélumbidi,   em   1924   recebeu   o   cargo   de   Kota Kamunkengue do Tumbajussara e em 1935, recebeu o cargode Mameto de Nkisi e em 1953 fundou o Itubessara da rua José Pitanga nº. 10 – Cosme de Farias, Salvador.para o Alto do Genipapeiro.Com   o   falecimento   de   Deré  Lumbidi,   assumia   a direção   do   Tumbajussara   a   senhora   Iraildes   Maria   da Cunha   –   Mezoangui,   nascida   ao   26   de   junho   de   1953   e iniciada   aos   15   de   novembro   de   1953   permanecendo   no cargo até o presente momento. Outro terreiro famoso angola e que hoje já não se   tem   mais   notícia   é   o   de   Neve   Branca,   chamava­-se Aldeia de Zumino Reanzarrojanjazoti, esse Táta de Nkisichamava­se   Manoel   Natividade   Rodrigues   Soares   Filho,Neve Branca.


*Manoel   Ciriaco   de   Jesus,   Ludiamugongo   nasceuem 8 de agosto de 1892 falecendo com 72 anos de idade.O terreiro do Bate­Folha – assim denominado porque   localizado   em   terras   chamadas   de   Bate­Folha,   como registra a história, no episódio da vinda das tropas que lutavam   pela   libertação   da   Bahia   e   expulsão   dos portugueses,   do   Recôncavo   para   Salvador,   finalmente ocorrida em 2 de julho de 1823.Este terreiro foi fundado por Manoel Bernardino da Paixão, dijina Ampumadenzu e filho de santo de Maria da Paixão, dijina Ampumadenzu e filho de santo de Maria Nenem, irmão de barco de Ciriaco, testemunho esse dado por   Manoel   Boaideiro,   filho   adotivo   de   Maria   Neném   e Tata de sua casa e herdeiro do Intumbenci.

No   entanto,   isto  é  contestado   pelo   sucessores 
do Terreiro do Bate Folha que defendem a versão de que ele   teria   sido   iniciado   em   1900   na   nação   Muxicongo   no recôncavo, por Mariquinha Lemba e Manoel Nkosi. O que em recôncavo, por Mariquinha Lemba e Manoel Nkosi. O que em recôncavo, por Mariquinha Lemba e Manoel Nkosi. O que em nosso   julgamento   não   se   contrapõe   ao   testemunho   de Manoel Boiadeiro, filho adotivo de Maria Nenem e Tata de sua casa,  gravado:  “...estava  tocando  os  Ngomas quando  Bernardino   bolou   com   Lemba   na   casa   de   Maria   Neném”   e recolhido   por   ela,   tendo   saido   no   mesmo   barco   de Ciriaco,   em   1910.   Por   outro   lado   consta   que   Manoel   de Nkosi seria irmão de barco de Ciriaco e de Bernardino,segundo documentação do Tumba Jussara.Quanto a fundação deste Terreiro, há fotos  data escrita no barracão de 1936 e após uma reforma mudada para 1916.Sucedeu   a   Bernardino,   Antonio   José   da   Silva dijina Bandanguame, no período de 1946 até 1965 e que teve como sucessor um Tata Dijina Dijenenuanga ­ Pedro Ferreira,   que   veio   a   falecer   pouco   tempo   depois,   e sucedendo­o   o   TATA   Nbanji,   em   1970   até  1991   ,   que   se notabilizou   pela   dedicação   exclusiva   de   sua   vida   a manutenção das tradições deste Terreiro. Foi um período manutenção das tradições deste Terreiro. Foi um período próspero e de grande prestígio para esta casa.GOMÉA:   Terreiro   fundado   na   rua   da   Goméa,   no bairro de São Caetano – Salvador Bahia, onde se tornou  famoso   como   Joãozinho   do   Pedra   Preta,   nome   de   seu caboclo.Desde   então   era   uma   figura   bastante controvertida,   criticada,   acusado   de   não   terconhecimento  necessário para  chefiar  uma  casa  de  Santo alem do fato de ser muito novo.Joãzinho,   após   muitas   viagens   ao   Rio   de Janeiro, veio e fundou um terreiro em 1946 ­ no bairroJaneiro, veio e fundou um terreiro em 1946 ­ no bairro de Copacabana na cidade de Duque de Caxias ­RJ, ganhando notoriedade nacional e internacional.A   despeito   de   sempre   ser   perseguido   por mexericos   a   boca   pequena,   onde   duvidavam   de   ter   sido iniciado ou não, prestou um grande serviço ao Candomblé,trazendo­o   à   luz   da   Imprensa   e   atraindo   para   seu terreiro   e   suas   festas,   personalidades   da   alta terreiro   e   suas   festas,   personalidades   da   alta sociedade, políticos, e militares de alta patente.Nasceu   em   1914   e   morreu   em   1971   Seu   funeralcriou   uma   comoção   nunca   visto   antes,   com   todo   o   povo lotando as ruas até o cemitério, em quilométrico cortejo fúnebre

                                                           
                                                                                           MAria Nene 

Os Toques no Candomblé


                                                                                  “ O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais primitivos, a música actua como elemento ordenador, que organiza a pessoa internamente”
O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
Os Atabaques, são os principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é da responsabilidade dos Ogãs.
São de origem africana, usados em quase todos rituais, típicos do Candomblé. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são utilizados para convocar os Orixás.
O Atabaque maior tem o nome de Rum, o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le.
Os atabaques no candomblé são objectos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás: independente da cerimónia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados (o couro que veio da loja geralmente é descartado), só depois de passar pelos rituais é que poderão ser usados no terreiro.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando.
É o Alagbê que começa o toque, e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando o floreio do Rum.
O Rum é que comanda o Rumpi e o Le.
O Agogô, tocado para marcar o Candomblé, também de tradição Alaketo, chama-se Gan. As Varetas usadas para tocar o Candomblé nos Atabaques, chamam-se Aguidavis. Também se utiliza ainda o Xequerê.                                                                                                                                                                                                                                  Nomes dos Toques dos Orixás na Nação Ketu:
ADABI – Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú.
ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum.
AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos”
ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô.
BRAVUM – Dedicado a Oxumaré .Ritmo marcado por golpes fortes do Run.
HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô
IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã.
IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental.
ILU – Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor
BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos.
KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”.
OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.
OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”
SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
TONIBOBÉ – Pedir e adorar com justiça é o seu significado. Tocado para Xangô si9
Os instrumentos e os ritmos que executamos possuem valores históricos documentados da sua vida profana e sagrada. “São meios de comunicação e de informação, são sagrados e após obrigações tornam-se instrumentos de materialização e exteriorização das forças vitais, tais como a própria palavra, as vozes e a respiração“.
Eles emitem como elementos de origem divina, forças fundamentais comparadas às que são emitidas pelos próprios orixás, portanto são instrumentos da criação e do pré-existente.
ABÊ, instrumento constituído por uma cabaça (fruto vegetal) coberta por um entrelaçado de missangas (no passado eram utilizados búzios ou ave-marias) que friccionados pelas mãos dos percussionistas emitem um som que lembra a palavra “xequerê” (como também é conhecido).
ATABAQUES, instrumentos de madeira e pele encontrados nos ritos da Nação Ketu, eles são três (run, rumpi e lé) e desempenham, respectivamente, ritmos cadenciados em sequências de batidas, que nos afoxés são tocados com as mãos resultando numa verdadeira orquestra percussiva, essa polirritmia é uma característica da manifestação.
Curiosidade: Existe uma região na Nigéria, mas precisamente em Osógbò (Oshobô), onde se realiza festas ritualísticas em homenagem à Deusa Oxum, as margens do rio com mesmo nome, lá apenas as mulheres tocam os instrumentos, tendo como base o tambor “agere” muito parecido e conhecido do nosso candomblé da nação Nagô que é o ILÚ (tambor pequeno encourado dos dois lados, preso a ástes de ferro e madeira, que são três, chamados: Yan, Melêyancó e Melê, respectivamente, grave, médio e agudo, que é percutido apenas pelas mãos de homens em nossa cultura os OGÃS), em Irá, região onde nasceu Oyá também existem festas ritualísticas nas margens do rio Níger (Odô OYA) em homenagem a está Deusa.
ALABÊS, são os tocadores de atabaques no candomblé de Nação Ketu.
AGOGÔ, instrumento de percussão que rége as batidas do afoxé, o maestro da nossa nação, devido a sua sonoridade marcante, sendo seguido pelos demais instrumentos. Feito de metal possui duas campanas com sons diferentes (e com uma campana é chamado de GAN, utilizado nos cultos de candomblé).

terça-feira, 24 de abril de 2012


Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.
Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba). As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um pequeno número que são invocados em cerimônias:
  • Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
  • Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
  • Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
  • Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca
  • Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
  • Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
  • Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
  • Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
  • Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
  • Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger
  • Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.
  • Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
  • Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.
  • Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.
  • Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô
  • Axabó, Orixá feminino da família de Xangô
  • Ibeji, Orixás gêmeos
  • Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
  • Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
  • Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
  • Onilé, Orixá do culto de Egungun
  • Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
  • OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
  • Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
  • Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
  • Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua
  • Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká
  • Olokun, Orixá divindade do mar
  • Olossá, Orixá dos lagos e lagoas
  • Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio
  • Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro
  • Orixá Oko, Orixá da agricultura
Na África cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em IlesaOsogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Oşàlúfon em Ifon e Òşágiyan em Ejigbo
No Brasil, em cada templo religioso são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único quarto de santo (termo usado para designar o quarto onde são cultuados os Orixás).                                                                               Ritual

O Ritual de uma casa de Ketu, é diferente das casas de outras nações, a diferença está no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: PadêSacrifícioOferendaSassayinIniciaçãoAxexê,OlubajéÁguas de OxaláIpeté de Oxum,...
língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é derivada da língua Yoruba ou Nagô. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos são passados oralmente até hoje.                               
    

Hierarquia                                                                                                                

As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto, em yoruba Olóyès , Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são:                                                                                                                                   O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Iyálorixá (mãe-de-santo) ou Babalorixá (pai-de-santo). São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função. Quando a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário.
  1. Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
  2. Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
  3. Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
  4. Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais.
  5. Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação
  6. Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: egbon mi, "meu irmão mais velho").
  7. Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas-de-santo
  8. Iaô: filha-de-santo que já entra em transe.
  9. Abiã ou abian: novato.
  10. Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe).
  11. Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe).
  12. Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe).
  13. Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo". "Ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil