quinta-feira, 26 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Tombenci e a sua origem
MARIA GENOVEVA DO BONFIM (MARIA NENEM) [ Mem’etu Tuenda Dia Nzambi ] – Nasceu em 1865 (RS) e faleceu em 1945 (BA), foi iniciada no TERREIRO TUMBA NSI(matriz de importantes casas de angola da Bahia) por ROBERTO BARROS REIS (Tata Kinunga), passou a comandar esta casa à partir de 1909 ( após o falecimento do seu Tata Kimbanda Kinunga ). Acolheu FRANCELINA EVANGELISTA DOS SANTOS ( Mam’etu Dialumbidi – Dona Miúda) para ser iniciada em sua Nzo que após receber o cargo fundou o TERREIRO VIVA DEUS (Salvador-BA). Também recolheu LEOCÁCIA MARIA DOS SANTOS (Mam’etu Ujittú) que fundou o TERREIRO VIVA DEUS FILHO. O TUMBA NSI deu origem a inúmeras casas dentre elas a NZO MATAMBA TUMBA NSI NETO (Ilhéus-BA).
Nzo Matamba Tombenci Neto é um terreiro deCandomblé originário da casa de angola mais antiga da Bahia, a de Maria Genoveva do Bonfim (mais conhecida como Maria Nenem), localizada em Ilhéus, Bahia.
Maria Nenem era filha-de-santo de Roberto Barros Reis, africano que teria recebido esse sobrenome por ter sido escravo de certo Barros Reis. Nascida em 1865 e falecida em 1945, Maria Nenem, em data incerta, abriu, em Salvador, o Terreiro TUMBA NSI i.
Paralelamente, em 1885, Tiodolina Félix Rodrigues (Iyá Tidu) abria, em Ilhéus, o terreiro Aldeia de Hongolô, permanecendo até sua morte, em 1914, sob seu comando. Mais ou menos nessa época, Euzébio Félix Rodrigues (Tata Gombé), filho carnal de Iyá Tidu, conheceu, em Salvador, um africano chamado Hipólito Reis (Dilazenze Malungo), que viria a tornar-se seu pai-de-santo. Ambos visitavam Ilhéus com freqüência e, em 1915, Gombé assumiu o terreiro da mãe, que passou a se chamar Terreiro de HOXI Mukumbi, já que este (que na nação ketu tem como equivalente o orixá Ogum) era seu Nkisi — assim como Hongolô era o de Iyá Tidu.
Euzébio permaneceu à frente do terreiro até sua morte, em 1941, quando sua irmã, Izabel Rodrigues Pereira (Mameto Bandanelunga), assumiria a direção. Dona Izabel, ao lado de suas filha Ilza, com seis ou sete anos de idade, também passou pelos rituais de iniciação preliminares com Dilazenze Malungo, que, depois disso, voltou para a África, não podendo, portanto, concluir suas obrigações — o que teria levado Dona Izabel/(Dona Roxa) a decidir que, antes de assumir definitivamente o terreiro, deveria fazê-lo. Para isso, chamou Marcelina Plácida, conhecida como Dona Maçu, filha-de-santo da fundadora do Terreiro TUMBA NSI em Salvador, a famosa Maria Nenem. Realizadas todas as obrigações, o terreiro retomou suas atividades em 1946, já no bairro da Conquista, em Ilhéus, com o nome de Terreiro Senhora Sant’Ana Tumba Nsi Neto.
Dona Roxa faleceu em 25 de outubro de 1973 e foi sucedida por Ilza Rodrigues, uma de suas quatro filhas carnais (ela teve também três filhos homens), também iniciada por Dona Maçu. A sucessão de Dona Roxa, em 1973, apresentou surpresas. Quase todos esperavam que a sucessora fosse uma das irmãs de Dona Ilza Rodrigues (Mameto Mucalê), mas, após o enterro e os ritos funerários, Dona Maçu revelou que Dona Roxa deixara explícito que a sucessora deveria ser a própria Ilza, indicação que, como é estritamente necessário, foi confirmada pelo jogo de búzios. Mameto Mucalê assumiu e o terreiro deu origem a mais de cinqüenta casas (os “Tombenci Bisnetos”), espalhadas não apenas pela Bahia, mas também em São Paulo e no Rio de Janeiro. Organizado sobre uma base familiar, composta pela mãe-de-santo, seus quatorze filhos carnais (todos iniciados em diferentes graus) e suas respectivas famílias, o Tombenci caracteriza-se também por possuir uma intensa vida comunitária, com ligações privilegiadas com a área dos Carilos e com o bairro da Conquista em geral.
Em 1986, alguns jovens da família e do terreiro fundaram o Grupo de Preservação da Cultura Negra Dilazenze, Bloco-afro cujo objetivo principal, segundo seus estatutos, é “a preservação e divulgação da cultura afro-brasileira na região sul da Bahia”. Em 2004, foi fundada a Organização Não-Governamental “Organização Gongombira de Cultura e Cidadania”. Em2005, organizou-se a “Associação Beneficente e Cultural Matamba Tombenci Neto”. E, em2006, foram inaugurados o “Memorial Unzó Tombenci Neto”, que reúne objetos importantes da história do terreiro, e a “Galeria Ingué Kaitumba”, que reúne fotos do acervo histórico do terreiro.Terreiro Bate Folha, Mansu Banduquenqué, Sociedade Beneficente Santa Bárbara do Bate Folha, localizado na Travessa de São Jorge, 65 - Mata Escura do Retiro, Salvador, Bahia, foi fundado em 1916 pelo Tata Manoel Bernardino da Paixão e, atualmente, é presidido por Tata Mulandure, Edualino Cipriano de Souza. O terreiro possui a maior área urbana remanescente da Mata Atlântica, aproximadamente 15,5 hectares. Foi tombado pelo IPHAN em 10 de outubro de 2003.
Árvore Genealógica
TERREIROS MAIS ANTIGOS DA NAÇÃO ANGOLA DA BAHIA Das casas da nação angola mais antigas ainda em funcionamento, citaremos algumas, e é possível que hajam
outras, mas que não temos conhecimento.A mais antiga casa que conhecemos é a de Constâncio Silva de Souza, sendo conhecido como Constâncio Makuendi, um Angolano de nascimento. Embora não saibamos a data exata da sua fundação, há porém um registro da data de nascimento de seu filho Gregório,que é de 1874. Constâncio passou para seur filho Gregório Makuendi o cargo, tendo o mesmo recebido nessa ocasião o título de Táta Kimbanda e vindo a falecer em 25 de abril de 1934. A sucessão desta casa obedece a vínculo familiar, dona Romana de França Souza, filha consanguínea de Gregório ficou com o cargo. Com o falecimento desta, assumiu o cargo sua filha D. Heloísa França de Souza – Digjna Balangê e seu Nkisi Kingongo França de Souza – Digjna Balangê e seu Nkisi Kingongo foi de quem recebemos essas informações em visitasfeitas ao terreiro em 06 de março de 1997. Fomos informados por esta senhora, que Mariquinha Lembá, seria irmã de Constâncio e que Maria Nenê seria filha de santo de Gregório.Dona Luísa França de Souza, faleceu a 13 de setembro de 1998, assumindo o cargo sua sobrinha Luíza Tavares de Souza Dijina Oiamin. Esse terreiro foi fundado no bairro do Cabula, Esse terreiro foi fundado no bairro do Cabula, num local chamado na época de Girão, depois mudouse para Jardim Armação e finalmente para Ladeira do Caxundé onde se encontra até hoje.O Terreiro Tumbajussara foi fundado em 1919, emAcupe, à rua Campo Grande em Santo Amaro da Purificação
– Bahia. Com dois irmãos de esteira, cujo nomes eram Manoel Rodrigues do Nascimento, Kambembe sua Digina e Manoel Ciriaco de Jesus Manoel Ciriaco de Jesus,Ludiamungongo sua Digina. Ambos iniciados em 13 de junho de 1910 por Maria Nêne – Maria Genoveva do Bonfim, a Dijina Mameto Tuenda Uzambi. Mameto Tuenda Uzambi – Marfia Nenen fundadora Mameto Tuenda Uzambi – Marfia Nenen fundadora do Tombenci a casa de Angola mais antiga da Bahia, depois da casa dos Makwende. Roberto Barros Reis o Táta Kimbanda Kinunga ,diz se ter sido o iniciador de Maria Neném. Este era um negro escravo e como era costume na época tinha o sobrenome dos seus donos, por isso o sobrenome Barros sobrenome dos seus donos, por isso o sobrenome Barros sobrenome dos seus donos, por isso o sobrenome BarrosReis duma família tradicional até hoje na Bahia.Kambambi e Ludiamungongo, tiveram Sinha Báda como mãe pequena e Pai Joaquim, como pai pequeno.Transferido para Pitanga no mesmo município e depois para o Beru em Salvador, após algum tempo foi transferido para ladeira da Vila América nº 02, segunda travessa n° 30 na Vasco da Gama, que hoje chamase Vila Colombina, nº 30, Vasco da Gama, Salvador, Bahia. Na época da fundação receberam de Sinhá Maria Nenê o cargo de Táta Kimbanda Kambambi e Táta Kimbanda Ludiamungongo. No Rio de Janeiro, Ciriaco fundou com o sr.Deoclécio Dijina Angorense, uma casa de culto em Vilar dos Teles. Não temos informação da data da fundação desta casa. Com a morte de Manoel Rodrigues do Nascimento,o Kambambi, que assumira sozinho a direção do Tumbajussara, Manoel Ciriaco de Jesus o Ludiamungongo assumiu a direção até sua morte o que ocorreu em 04 de dezembro de 1965*. Com a morte de Ciriaco, assumiu a direção doTumbajussara a senhora Maria José de Jesus Digina Derelumbidi que foi responsável pelo ritual denominado de Intambi do senhor Ciriaco juntamente com o senhorNarciso Oliveira, Táta Senzala e senhor Milton Marofá. Deré lumdidi,era mameto de Nkisi do Deré lumdidi,era mameto de Nkisi doTumbajussara hoje situado a Rua Alto do Genipapeiro Tumbajussara hoje situado a Rua Alto do Genipapeiro Plataforma Salvador e de responsabilidade do senhor Antônio Messias Kaja Ungongo.
Em 13 de fevereiro de 1965 após o ritual deIntambi a senhora Maria José de Jesus – Deré Lumbidi, passa a direção do Tumbajussara para o senhor Benedito Duarte Tatá Inzamtango e Gregório da Cruz – Táta Lemborasimbe e em ato secreto é empossada Mameto de Inquise do Intumbessara.A senhora Maria José de Jesus – Deré Lumbidi nasceu no dia 18 de setembro de 1900 e foi iniciada na nasceu no dia 18 de setembro de 1900 e foi iniciada na nação angola em 23 de junho de 1920 por Táta Kimbanda Kaco de Jesus como paiambambi e o senhor Manoel Ciri pequeno. Em 25 de dezembro de 1920 recebeu a denominação de Derélumbidi, em 1924 recebeu o cargo de Kota Kamunkengue do Tumbajussara e em 1935, recebeu o cargode Mameto de Nkisi e em 1953 fundou o Itubessara da rua José Pitanga nº. 10 – Cosme de Farias, Salvador.para o Alto do Genipapeiro.Com o falecimento de Deré Lumbidi, assumia a direção do Tumbajussara a senhora Iraildes Maria da Cunha – Mezoangui, nascida ao 26 de junho de 1953 e iniciada aos 15 de novembro de 1953 permanecendo no cargo até o presente momento. Outro terreiro famoso angola e que hoje já não se tem mais notícia é o de Neve Branca, chamava-se Aldeia de Zumino Reanzarrojanjazoti, esse Táta de Nkisichamavase Manoel Natividade Rodrigues Soares Filho,Neve Branca.
*Manoel Ciriaco de Jesus, Ludiamugongo nasceuem 8 de agosto de 1892 falecendo com 72 anos de idade.O terreiro do BateFolha – assim denominado porque localizado em terras chamadas de BateFolha, como registra a história, no episódio da vinda das tropas que lutavam pela libertação da Bahia e expulsão dos portugueses, do Recôncavo para Salvador, finalmente ocorrida em 2 de julho de 1823.Este terreiro foi fundado por Manoel Bernardino da Paixão, dijina Ampumadenzu e filho de santo de Maria da Paixão, dijina Ampumadenzu e filho de santo de Maria Nenem, irmão de barco de Ciriaco, testemunho esse dado por Manoel Boaideiro, filho adotivo de Maria Neném e Tata de sua casa e herdeiro do Intumbenci.
No entanto, isto é contestado pelo sucessores do Terreiro do Bate Folha que defendem a versão de que ele teria sido iniciado em 1900 na nação Muxicongo no recôncavo, por Mariquinha Lemba e Manoel Nkosi. O que em recôncavo, por Mariquinha Lemba e Manoel Nkosi. O que em recôncavo, por Mariquinha Lemba e Manoel Nkosi. O que em nosso julgamento não se contrapõe ao testemunho de Manoel Boiadeiro, filho adotivo de Maria Nenem e Tata de sua casa, gravado: “...estava tocando os Ngomas quando Bernardino bolou com Lemba na casa de Maria Neném” e recolhido por ela, tendo saido no mesmo barco de Ciriaco, em 1910. Por outro lado consta que Manoel de Nkosi seria irmão de barco de Ciriaco e de Bernardino,segundo documentação do Tumba Jussara.Quanto a fundação deste Terreiro, há fotos data escrita no barracão de 1936 e após uma reforma mudada para 1916.Sucedeu a Bernardino, Antonio José da Silva dijina Bandanguame, no período de 1946 até 1965 e que teve como sucessor um Tata Dijina Dijenenuanga Pedro Ferreira, que veio a falecer pouco tempo depois, e sucedendoo o TATA Nbanji, em 1970 até 1991 , que se notabilizou pela dedicação exclusiva de sua vida a manutenção das tradições deste Terreiro. Foi um período manutenção das tradições deste Terreiro. Foi um período próspero e de grande prestígio para esta casa.GOMÉA: Terreiro fundado na rua da Goméa, no bairro de São Caetano – Salvador Bahia, onde se tornou famoso como Joãozinho do Pedra Preta, nome de seu caboclo.Desde então era uma figura bastante controvertida, criticada, acusado de não terconhecimento necessário para chefiar uma casa de Santo alem do fato de ser muito novo.Joãzinho, após muitas viagens ao Rio de Janeiro, veio e fundou um terreiro em 1946 no bairroJaneiro, veio e fundou um terreiro em 1946 no bairro de Copacabana na cidade de Duque de Caxias RJ, ganhando notoriedade nacional e internacional.A despeito de sempre ser perseguido por mexericos a boca pequena, onde duvidavam de ter sido iniciado ou não, prestou um grande serviço ao Candomblé,trazendoo à luz da Imprensa e atraindo para seu terreiro e suas festas, personalidades da alta terreiro e suas festas, personalidades da alta sociedade, políticos, e militares de alta patente.Nasceu em 1914 e morreu em 1971 Seu funeralcriou uma comoção nunca visto antes, com todo o povo lotando as ruas até o cemitério, em quilométrico cortejo fúnebre
MAria Nene
Os Toques no Candomblé
“ O som é a primeira relação com o mundo, desde o ventre materno. Abre canais de comunicação que facilitam o tratamento. Além de atingir os movimentos mais primitivos, a música actua como elemento ordenador, que organiza a pessoa internamente”
O som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura.
Os Atabaques, são os principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é da responsabilidade dos Ogãs.
São de origem africana, usados em quase todos rituais, típicos do Candomblé. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são utilizados para convocar os Orixás.
O Atabaque maior tem o nome de Rum, o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le.
Os atabaques no candomblé são objectos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.
As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás: independente da cerimónia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados (o couro que veio da loja geralmente é descartado), só depois de passar pelos rituais é que poderão ser usados no terreiro.
Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando.
É o Alagbê que começa o toque, e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando o floreio do Rum.
O Rum é que comanda o Rumpi e o Le.
O Agogô, tocado para marcar o Candomblé, também de tradição Alaketo, chama-se Gan. As Varetas usadas para tocar o Candomblé nos Atabaques, chamam-se Aguidavis. Também se utiliza ainda o Xequerê. Nomes dos Toques dos Orixás na Nação Ketu:
ADABI – Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú.
ADARRUM – Ritmo invocatório de todos os Orixás. Rápido, forte e contínuo marcado junto com o Agôgô. Pode ser acompanhado de canto especialmente para Ogum.
AGUERE – Em Yorubá significa “lentidão”. Ritmo cadenciado para Oxóssi com andamento mais rápido para Iansã. Quando executado para Iansã é chamado de “quebra-pratos”
ALUJÁ – Significa orifício ou perfuração. Toque rápido com características guerreiras. É dedicado a Xangô.
BRAVUM – Dedicado a Oxumaré .Ritmo marcado por golpes fortes do Run.
HUNTÓ ou RUNTÓ – Ritmo de origem Fon executado para Oxumaré. Pode ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô
IGBIN – Significa Caracol. Execução lenta com batidas fortes. Descreve a viagem de um Ancião. É dedicada a Oxalufã.
IJESA – Ritmo cadenciado tocado só com as mãos. É dedicado a Oxum quando sua execução é só instrumental.
ILU – Termo da língua Yorubá que também significa atabaque ou tambor
BATA – Batá significa tambor para culto de Egun e Sangô . Ritmo cadenciado especialmente para Xangô. Pode ser tocado para outros Orixás. Tocado com as mãos.
KORIN- EWE – Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria. O seu significado é “Canção das Folhas”.
OGUELE – Ritmo atribuído a Obá. Executado com cânticos para Ewá.
OPANIJE – Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Andamento lento marcado por batidas fortes do Run. Significa “o que mata e come”
SATÓ – A sua execução lembra o ritmo Bata com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Dedicado a Oxumaré ou Nanã. Significa a manifestação de algo sagrado.
Os instrumentos e os ritmos que executamos possuem valores históricos documentados da sua vida profana e sagrada. “São meios de comunicação e de informação, são sagrados e após obrigações tornam-se instrumentos de materialização e exteriorização das forças vitais, tais como a própria palavra, as vozes e a respiração“.
Eles emitem como elementos de origem divina, forças fundamentais comparadas às que são emitidas pelos próprios orixás, portanto são instrumentos da criação e do pré-existente.
ABÊ, instrumento constituído por uma cabaça (fruto vegetal) coberta por um entrelaçado de missangas (no passado eram utilizados búzios ou ave-marias) que friccionados pelas mãos dos percussionistas emitem um som que lembra a palavra “xequerê” (como também é conhecido).
ATABAQUES, instrumentos de madeira e pele encontrados nos ritos da Nação Ketu, eles são três (run, rumpi e lé) e desempenham, respectivamente, ritmos cadenciados em sequências de batidas, que nos afoxés são tocados com as mãos resultando numa verdadeira orquestra percussiva, essa polirritmia é uma característica da manifestação.
Curiosidade: Existe uma região na Nigéria, mas precisamente em Osógbò (Oshobô), onde se realiza festas ritualísticas em homenagem à Deusa Oxum, as margens do rio com mesmo nome, lá apenas as mulheres tocam os instrumentos, tendo como base o tambor “agere” muito parecido e conhecido do nosso candomblé da nação Nagô que é o ILÚ (tambor pequeno encourado dos dois lados, preso a ástes de ferro e madeira, que são três, chamados: Yan, Melêyancó e Melê, respectivamente, grave, médio e agudo, que é percutido apenas pelas mãos de homens em nossa cultura os OGÃS), em Irá, região onde nasceu Oyá também existem festas ritualísticas nas margens do rio Níger (Odô OYA) em homenagem a está Deusa.
ALABÊS, são os tocadores de atabaques no candomblé de Nação Ketu.
AGOGÔ, instrumento de percussão que rége as batidas do afoxé, o maestro da nossa nação, devido a sua sonoridade marcante, sendo seguido pelos demais instrumentos. Feito de metal possui duas campanas com sons diferentes (e com uma campana é chamado de GAN, utilizado nos cultos de candomblé).
terça-feira, 24 de abril de 2012
Os Orixás do Ketu são basicamente os da Mitologia Yoruba.
Olorun também chamado Olodumare é o Deus supremo, que criou as divindades ou Orixás (Òrìsà em yoruba). As centenas de orixás ainda cultuados na África, ficou reduzida a um pequeno número que são invocados em cerimônias:
- Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
- Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
- Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
- Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca
- Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
- Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
- Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
- Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
- Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
- Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger
- Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.
- Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
- Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.
- Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.
- Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô
- Axabó, Orixá feminino da família de Xangô
- Ibeji, Orixás gêmeos
- Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
- Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
- Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
- Onilé, Orixá do culto de Egungun
- Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
- OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
- Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
- Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
- Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua
- Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká
- Olokun, Orixá divindade do mar
- Olossá, Orixá dos lagos e lagoas
- Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio
- Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro
- Orixá Oko, Orixá da agricultura
Na África cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé, subdivididos em Oşàlúfon em Ifon e Òşágiyan em Ejigbo
No Brasil, em cada templo religioso são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único quarto de santo (termo usado para designar o quarto onde são cultuados os Orixás). Ritual
O Ritual de uma casa de Ketu, é diferente das casas de outras nações, a diferença está no idioma, no toque dos Ilus (atabaque no Ketu), nas cantigas, nas cores usadas pelos Orixás, os rituais mais importantes são: Padê, Sacrifício, Oferenda, Sassayin, Iniciação, Axexê,Olubajé, Águas de Oxalá, Ipeté de Oxum,...
A língua sagrada utilizada em rituais do Ketu é derivada da língua Yoruba ou Nagô. O povo de Ketu procura manter-se fiel aos ensinamentos das africanas que fundaram as primeiras casas, reproduzem os rituais, rezas, lendas, cantigas, comidas, festas, e esses ensinamentos são passados oralmente até hoje.
Hierarquia
As posições principais do Ketu (são chamados de cargo ou posto, em yoruba Olóyès , Ogãns e Àjòiès), em termos de autoridade, são: O cargo de autoridade máxima dentro de uma casa de candomblé é o de Iyálorixá (mãe-de-santo) ou Babalorixá (pai-de-santo). São pessoas escolhidas pelos Orixás para ocupar esse posto. São sacerdotes, que após muitos anos de estudo adquiriram o conhecimento para tal função. Quando a pessoa escolhida através do jogo de búzios ainda não está preparada para assumir o posto, terá que ser assistida por todos Egbomis (meu irmão mais velho) da casa para obter o conhecimento necessário.
- Iyalorixá ou Babalorixá: A palavra iyá do yoruba significa mãe, babá significa pai.
- Iyakekerê (mulher): mãe pequena, segunda sacerdotisa.
- Babakekerê (homem): pai pequeno, segundo sacerdote.
- Iyalaxé (mulher): cuida dos objetos rituais.
- Ojubonã ou Agibonã: mãe criadeira, supervisiona e ajuda na iniciação
- Egbomis: são pessoas que já cumpriram o período de sete anos da iniciação (significado: egbon mi, "meu irmão mais velho").
- Iyabassê: mulher responsável pela preparação das comidas-de-santo
- Iaô: filha-de-santo que já entra em transe.
- Abiã ou abian: novato.
- Axogun: responsável pelo sacrifício dos animais (não entra em transe).
- Alagbê: responsável pelos atabaques e pelos toques (não entra em transe).
- Ogãs ou Ogans: tocadores de atabaques (não entram em transe).
- Ajoiê ou ekedi: camareira do Orixá (não entra em transe). Na Casa Branca do Engenho Velho, as ajoiés são chamadas de ekedis. No Gantois, de "Iyárobá" e na Angola, é chamada de "makota de angúzo". "Ekedi" é nome de origem Jeje, que se popularizou e é conhecido em todas as casas de Candomblé do Brasil
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